O cineasta David Lynch faleceu em janeiro de 2025 e deixou alguns de suas ideias pelo caminho, incluindo seu último grande projeto, conhecido como Unrecorded Night, uma série. De acordo com sua ilha, Jennifer, a produção seria estrelada por Kyle MacLachlan e Laura Dern, clássicos parceiros de Lynch, além de Naomi Watts.

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O site The Film Stage publicou mais detalhes do que poderíamos esperar da produção, tomando como base relatos do diretor Peter Deming, outro parceiro de Lynch em produções adas, como Cidade dos Sonhos. Deming deu algumas declarações sobre o material de Unrecorded Night que teve o. "Eu li o roteiro, e nós fizemos uma busca, procurando locações. Aí veio a COVID, então tudo fechou e nunca mais voltou", disse.

Ele também garante que se tratava de um projeto original, sem necessariamente ter ligação com qualquer outra produção do diretor. "É definitivamente algo original, e como foi formatado, eu realmente não sei. Seriam muitos episódios, porque David realmente gostava do que ele chamava de 'história contínua'. Porque eu tentei... sabe, eu realmente adoro as coisas de longa-metragem, mas ele disse: 'Não vou fazer mais filmes. Vou apenas fazer histórias mais longas porque adoro histórias mais longas'", complementou.

Deming disse ainda que Twin Peaks: The Return foi originalmente escrito como um filme, com um roteiro de 550 páginas, mas depois foi transformado em série. "Unrecorded Night foi a mesma coisa. Levei três sessões para ler, porque era muito grosso, mas definitivamente não era Twin Peaks. Era definitivamente um mistério... interessante , eu diria. É, é uma pena. [Risos] É mesmo. Porque teria sido bom", adicionou.

Vida e morte de David Lynch 4z4d1n

Lynch, que morreu no último dia 15 de janeiro aos 78 anos, tratava um enfisema desde 2020.

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Após trabalhar muitos anos como pintor e diretor de curtas, Lynch estreou com seu primeiro longa-metragem Eraserhead (1977), que virou fenômeno em sessões da meia-noite nos EUA e se estabeleceu uma forte reputação cult com o ar dos anos.

Logo em seguida, ele foi contratado pela produtora de Mel Brooks para escrever e dirigir O Homem Elefante (1980), inspirado na história real de John Merrick, que sofria de deformações congênitas no rosto. Outro sucesso de público e crítica, o drama recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo a primeira de Melhor Diretor da carreira de Lynch.

Os dois sucessos garantiram orçamento para um terceiro filme, que infelizmente não obteve os mesmos louros. Em 1984, ele dirigiu a primeira versão cinematográfica de Duna, de Frank Herbert. O filme custou US$ 40 milhões, mas não obteve êxito em bilheteria e nem agradou aos fãs de obra.

As coisas melhoraram já no filme seguinte, Veludo Azul, de 1986, uma de sus produções mais aclamadas, que definiu o estilo surrealista e sexualizado que viraria sua marca registrada. A guinada se manteve em 1990, com Coração Selvagem, que também garantiu uma Palma de Ouro para o diretor no Festival de Cannes.  

No mesmo ano, ele partiu para a televisão com Twin Peaks, que combinou investigação policial e drama surrealista para conquistar o público e garantir várias indicações ao Emmy. Apesar do cancelamento da série na segunda temporada, que contou com menos envolvimento de Lynch, a franquia continuou com filme derivado Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992) e com o revival Twin Peaks: O Retorno (2017).

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Lynch voltou aos cinemas com títulos Estrada Perdida (1997), Uma História Real (1999), Cidade dos Sonhos (2001, pelo qual o diretor ganhou novo prêmio em Cannes) e Império dos Sonhos (2006), seu último longa-metragem.

Fonte: Omelete // Felipe Vinha